Banalização da Contabilidade

Resumo

A banalização se refere ao ato em que um assunto importante é tratado de modo trivial. Nesta conjuntura qualquer assunto é tratado de forma comum, raso e sem profundidade teórica. E é esta ausência de pensamento crítico que Arendt (1999) chamou de banalização do mal. Esta não é uma autora presente nos estudos de contabilidade e/ou gestão tributária e não é objetivo deste estudo preencher essa lacuna. No Brasil, pesquisa a partir deste ponto de vista ainda é incipiente, mesmo considerando que o fazer contábil se confunde com o fazer SPED. O objetivo do presente estudo, estruturado a partir da taxonomia de Bloom com convergência para o domínio cognitivo da compreensão, foi de examinar se a banalização da contabilidade é impulsionada exclusivamente pela obrigação tributária acessória. Para atingir ao objetivo a pesquisa foi organizada com metodologia bibliográfica, ensaísta, revisão sistemática e seguida de um estudo documental que se justifica para evidenciar a relevância da contabilidade em sítios eletrônicos. A investigação também é uma metanálise qualitativa, uma vez que se é adotado um novo enfoque ao reunir outros estudos para facilitar o acesso a determinado fenômeno, como a teoria arendtiana na condução do diálogo proposto entre as demandas tributárias, o fazer contábil e a accountability plena. Os resultados demonstram que a banalização da contabilidade não é só impulsionada pela demanda tributárias, como também o é pela confusão que os técnicos da contabilidade fazem entre os conceitos de bookeeping com a accountability plena, o que em um primeiro momento sustenta a seguinte frase: a prática na teoria é diferente, destruindo, desta forma, qualquer espaço para o exercício da práxis contábil cuja consequência abre espaço para que o fazer tributário ganhe relevância. A equação da banalização contábil também é influenciada pela lacuna que existe entre o que se é ensinado nas salas de aula de graduação de ciências contábil e aquilo que o Conselho Federal de Contabilidade entende ser o mínimo necessário para o exercício da profissão.