O bicho: um corpo artístico que tensiona os limites normativos da liberdade de expressão

Vanessa Sousa Vieira

Resumo


Resumo: Este artigo discute os limites democráticos da liberdade artística, a partir da performance ‘La Bête’, de Wagner Schwartz, apresentada em 2017, do MAM. A nudez do artista diante da presença de uma criança desencadeou inúmeros protestos, por parte de pessoas que, discordando da manifestação artística, pretenderam cancelar a exibição da obra e promoveram o linchamento de Wagner. Com fundamento neste caso, contextualiza-se a obra e suas referências antecedentes, evidenciando que a divulgação de um vídeo fragmentado da obra gera interpretações deslocadas de sua ocorrência real, alienando os espectadores, quanto ao seu tempo e espaço. Aborda-se, posteriormente, como a interpretação espetacularizada de uma situação se presta a fins estratégicos que não podem pretender universalizar-se, a ponto de se tornarem o fundamento decisivo acerca dos limites da liberdade de expressão, pois o compartilhamento de opiniões privadas sobre um evento não as legitimada a fixar o âmbito protetivo da liberdade artística, realizando apenas a privatização da esfera pública, sem tornar-se, por isso, o próprio interesse coletivo discursivamente elaborado.

 

Palavras-Chave: Liberdade artística. Limites. Contexto. Interpretação. Esfera pública.  


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