IMPLICAÇÕES ODONTOLÓGICAS ORIUNDAS DO ACOMETIMENTO PELA ESCLERODERMIA

Sérgio Spezzia

Resumo


Introdução: A esclerodermia consta de patologia autoimune, dermatológica, reumática, multissistêmica, que não advém de processo infeccioso, que aflige o tecido conjuntivo com deposição aumentada de colágeno. Procede modificações na microcirculação que causam fibrose e obliteração de veias. Instala-se processo de fibrose cutânea. A evidenciação do fenômeno de Raynaud e edema das mãos e dedos constituem sinais do acometimento por essa patologia. Existem repercussões da doença a nível odontológico com manifestações orofaciais, constatando-se manifestações bucais de fibrose na pele, diminuição da abertura da boca, elevação do espaço ligamentar periodontal e função mastigatória restringida, dentre outras intercorrências. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi evidenciar como a esclerose sistêmica pode manifestar-se em âmbito bucal, causando repercussões orais. Resultados: O conhecimento e a conscientização pelo cirurgião dentista das manifestações em boca provenientes do acometimento pela esclerodermia mostra-se salutar para que sejam possíveis adotar as medidas cabíveis nos tratamentos odontológicos realizados e possivelmente firmar um diagnóstico dessa patologia, uma vez que existe risco aumentado para a manifestação bucal quando do acometimento pela esclerodermia. O diagnóstico precoce da esclerodermia pode proceder ao passo que o cirurgião dentista no ato de suas condutas identifica traços de ação dessa doença quando da realização de anamnese e exame físico. Conclusão: Concluiu-se que a abordagem odontológica empregada ao contatar pacientes que possivelmente estejam acometidos pela esclerodermia possibilita o feitio de diagnóstico precoce e tende a minimizar eventuais agravantes ocasionados pelas manifestações clínicas da doença, possibilitando concomitantemente instituir melhor qualidade de vida aos pacientes.

Palavras-chave


Odontologia. Diagnóstico Precoce. Autocuidado. Qualidade de Vida.

Texto completo:

15

Referências


Baron M, Hudson M,Tatibouet S, Steele R, Lo E, Gravel S, et al. Relationship between disease characteristics and orofacial manifestations in systemic sclerosis: Canadian Systemic Sclerosis Oral Health Study III. Arthritis Care & Research, 2015; 67(5):681-90.

Bortoluzzi MC, Bayer JHB, Gallon SM, Ârmenio MF, Giusti A. O que o cirurgião-dentista deveria saber sobre a síndrome de Raynaud. Rev Bras Patol Oral, 2005; 4(3):172-6.

Gamarra AI, Arroyavea DJ, Quintana G, Herrera FR, Matucci-Cerinicb M. Historia del Compromiso Cutáneo de la Escleroses Sistémica, Rev Colomb Reumatol, 2013; 20(3):155-70.

Hadj MS, Foletti JM, Graillon N, Guyot L, Chossegros C. Orofacial manifestations of scleroderma. A literature review. Elsevier, 2016; 117:322-6.

Leite CC, Maia AC. Sintomas de doença e adaptação psicológica em pacientes brasileiros com esclerodermia. Rev Bras Reumatol, 2013; 53(5):405-11.

Macedo PA. Esclerodermia Juvenil. Orgão Oficial da Sociedade Portuguesa de Reumatologia. Acta Reumatol Port, 2008; 33:289-97.

Neville BW, Damm DD, Allen CN, Bouquot JE. Doenças dermatológicas: esclerose sistêmica. In: Neville BW, Damm DD, Allen CN, Bouquot JE. Patologia Oral e Maxilofacial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998, p.569-72.

Pereira MCMC, Nunes RAM, Marchionni AM, Martins GB. Esclerodermia sistêmica: relato de caso clínico. Rev Odontol Univ São Paulo, 2009; 21(1):69-73.

Rao V, Bowman S. Latest Advances In Connective Tissue Disorders, Ther Adv Musculoskel Dis, 2013; 5(4):234-49.

Santos MTBR, Haddad AS. Manifestações orais da esclerodermia sistêmica progressiva (escleroderma): relato de caso e revisão da literatura. J Bras Clin Odontol Integr, 2003; 7(42):503-6.

Silva M. Esclerose Sistémica Juvenil: Uma Doença Incomum na Infância. Acta Pediatr Port, 2013; 43(6):257-9.

Singh D, Parihar AK, Patel S, Srivastava S, Diwan P, Singh MR. Scleroderma: An insight into causes, pathogenesis and treatment strategies. Pathophysiology. 2019; 26(2):103-14.

Torok KS. Pediatric Scleroderma – Systemic and Localized Forms. Pediatr Clin North Am,2012; 59(2):381-405.

Zulian F. Scleroderma in children. Best Pract Res Clin Rheumatol, 2017; 31(4):576-95.

Yenisey M, Kulunk T, Ural KÇ. A prosthodontic management alternative for scleroderma patients. J Oral Rehabil, 2005; 32(9):696-700.

Yuen HK, Weng Y, Bandyopadhyay D, Reed SG, Leite RS, Silver RM. Effect of a multi-faceted intervention on gingival health among adults with systemic sclerosis. Clin Exp Rheumatol, 2011; 29(Suppl 65):S26-32.

Yuen HK. et al. Effect of orofacial exercises on oral aperture in adults with systemic sclerosis. Disability and Rehabilitation, 2012; 34(1):84-9.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


visitas

Indexadores: