CARACTERIZAÇÃO HISTOLÓGICA DA MUCOSA ORAL NORMAL DE RATOS WISTAR: ESTUDO COMPARATIVO COM MUCOSA ORAL DE HUMANOS

Hortência Resende dos Santos Della Cella, Tila Fortuna, Juliana Borges de Lima Dantas, Rejane Conceição Santana, Bruna Porteri Neri, Gabriela Botelho Martins

Resumo


Objetivo: Descrever os aspectos microscópicos de normalidade da mucosa jugal e língua de ratos Wistar e comparar com as características descritas na literatura destas regiões em humanos. Materiais e métodos: Estudo observacional descritivo, que utilizou amostras da mucosa jugal e da língua de vinte ratos. Com secções coradas em HE e Sirius red, realizou-se análise morfológica dos tecidos epitelial e conjuntivo, e análise descritiva do padrão de deposição colagênico, respectivamente. Resultados: Na mucosa jugal, identificou-se tecido epitelial de revestimento pavimentoso estratificado ortoqueratinizado, de espessura delgada. Presença das camadas basal, espinhosa, granulosa e córnea. Houve presença de cristas epiteliais na interface epitélio-conjuntivo. No tecido conjuntivo, observou-se expressiva concentração de fibras colagênicas e contingente significativo de fibroblastos, além de vasos sanguíneos de pequeno calibre e discreto infiltrado inflamatório residente. A mucosa lingual apresentou epitélio pavimentoso estratificado ortoqueratinizado, de espessura delgada, com as características das camadas celulares equivalentes à mucosa jugal. A face ventral, todavia, exibiu-se com ausência de papilas, e a mucosa da face dorsal e ápice lingual de forma irregular, com papilas. Apresentou delgada camada de lâmina própria, com tecido conjuntivo frouxo na camada papilar e denso não modelado na camada reticular, quantitativo moderado de células, e expressiva concentração de fibras colagênicas, seguido de uma camada muscular bem desenvolvida. A comparação com a literatura mostrou forte semelhança entre os espécimes, com diferença mais marcante na presença de camada córnea no revestimento epitelial da mucosa jugal dos animais. Conclusão: A mucosa jugal e língua de ratos apresentaram semelhança à mucosa oral humana.

Texto completo:

6

Referências


- Neves, SMP. Manual de cuidados e procedimentos com animais de laboratório do Biotério de Produção e Experimentação da FCF-IQ/USP/ Silvânia M. P. Neves [et al.]. São Paulo: FCF-IQ/USP, 2013. 216 p.

- Lima CM, Lima AK, Melo MGD, Dória GAA, Leite BLS, Serafini MR et al. Valores de referência hematológicos e bioquímicos de ratos (Rattus novergicus linhagem Wistar) provenientes do biotério da Universidade Tiradentes. Scientia Plena. 2014;10(3):1-9.

- Mattaraia VGM; Moura ASAMT. Produtividade de ratos Wistar em

diferentes sistemas de acasalamento. Ciência Rural. 2012;42(8):1490-1496.

- Franck CL, Senegaglia AC, Leite LMB, Ribas-Filho JM. Padronização de queimaduras térmicas em ratos. Rev Bras Queimaduras.2018;17(1):14-19.

- Abreu MAMM, Weckx LLM, Hirata CHW. Aspectos histológicos e ultraestruturais da língua em ratos desnutridos. Rev Bras Otorrinolaringol 2006;72(4):523-7.

- De Masi ECDJ, Rocha SL, Mocellin M, Faria JLG. Cicatrização de feridas realizadas na mucosa jugal de ratos com bisturi com lâmina fria e com bisturi harmônico ultrassônico. Braz J Otorhinolaryngol. 2009;75(3):362-6.

- Landis R, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data. Internactional Biometric Society. 1977;33(1):159-174.

- Ten Cate AR. Histologia Oral. In: Mucosa Oral. 8 ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2013. p. 278-310.

- Katchburian E. Histologia e embriologia oral: texto, atlas, correlações clínicas / Eduardo Katchburian, Victor Arana; 4. ed. rev. atual. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p 92-134.

- Junqueira LC, Carneiro J. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018, p. 244-415.

- Ferraro CTL, Canedo NHS, Oliveira SP, Carvalho MGC, Dias EP. Infecção oral pelo HPV e lesões epiteliais proliferativas associadas. J. Bras. Patol. Med. Lab. 2011;47(4):451-459.

- Montanari T. Histologia: texto, atlas e roteiro de aulas práticas [recurso eletrônico] / Tatiana Montanari. –3. ed. –Porto Alegre: Edição do Autor, 2016.

- Barrington EP. Dry residue density of cheek and palate mucosa of the rat. University of Illinois, Chicago, 1968.

- Salum FG, Cherubini K, Amenábar JM. Modelos animais empregados em pesquisas que testam o efeito da aplicação de agentes químicos na mucosa bucal. RFO UPF. 2004;9(2)7-12.

- Reis SR, Medrado AP, Marchionni AM, Figueira C, Fracassi LD, Knop LA. Effect of 670-nm laser therapy and dexamethasone on tissue repair: a histological and ultrastructural study. Photomed Laser Surg. 2008;26(4):307-13. doi: 10.1089/pho.2007.2151.

- Wagner VP, Meurer L, Martins MAT, Danilevicz CK, Magnusson AS, Marques MM et al. Influence of different energy densities of laser phototherapy on oral wound healing. J Biomed Opt. 2013;18(12):128002. doi:10.1117/1.JBO.18.12.128002.

- Fortuna T, Gonzalez AC, Sá MF, Andrade ZA, Reis SRA, Medrado ARAP. Effect of 670 nm laser photobiomodulation on vascular density and fibroplasia in late stages of tissue repair. Int Wound J. 2018;15:274–282. doi: 10.1111/iwj.12861

- Azevedo JB, Faber J, Leal S, Lucci C. Histologia da cavidade oral. In: Sistema digestório integração básico-clínica [livro eletrônico] / Reinaldo Barreto Oriá, Gerly Anne de Castro Brito (org.). – São Paulo: Blucher, 2016. 3 Mb; ePUB


Apontamentos



visitas

Indexadores: