AUTOMEDICAÇÃO EM ACADÊMICOS DE ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO DISTRITO FEDERAL

Claudio Maranhão Pereira, Glenda Yasmine Santos

Resumo


Introdução: a automedicação é um procedimento caracterizado fundamentalmente pela iniciativa do doente ou de seu responsável em obter e utilizar um produto que acredita que lhe trará benefícios no tratamento de doenças ou alívio de sintomas. Profissionais da área de saúde como Cirurgiões-Dentistas e Enfermeiros compõe as classes profissionais que podem e devem orientar, administrar e prescrever medicações aos seus pacientes. Deste modo, acredita-se que estes indivíduos, em decorrência de seus deveres, são profissionais que conhecem, entendem e estudam de forma exaustiva as medicações. Objetivo: com base nisto, foi realizado uma pesquisa entre os acadêmicos do curso de odontologia e de enfermagem das Faculdades Icesp, Brasília, por meio de um questionário individual com o objetivo de avaliar o conhecimento destes acadêmicos sobre automedicação. Materiais e Métodos: foi realizado um estudo descritivo, utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário contendo questões objetivas e subjetivas, aplicados aos acadêmicos do 3º ao 6º período dos cursos de Odontologia e Enfermagem. Resultados-Discussão-Conclusão: o índice da automedicação nos graduandos de odontologia e de enfermagem foi considerado alto. Uma justificativa deve-se ao fato de os mesmos terem em sua grade curricular disciplinas de farmacologia e consequentemente terem confiança nos seus conhecimentos adquiridos. Com estes resultados fica evidente que, independente do conhecimento do indivíduo, leigo ou profissional teoricamente capacitado para prescrição, este hábito se perpetua. Fato este extremamente preocupante, pois se o próprio profissional que deveria educar e coibir esta prática é um habitual utilizador, a extrapolação destes resultados para a população leiga torna-se algo provável. Desta forma, torna-¬se mais difícil almejarmos para o futuro a inibição e a diminuição desta prática tão maléfica a saúde.

Palavras-chave


acadêmicos; automedicação; uso de medicamento.

Texto completo:

10

Referências


Abay SM, Amelo W. Assessment of self-medication practices among medical, pharma-cy, and health science students in gondar university, ethiopia. J Young Pharm. 2010;2(3):306-10.

Arrais PSD. Perfil da Automedicação no Brasil. Rev Saúde Pub. 2005; 31: 71-79.

Arria AM, Du Pont RL. Nonmedical prescription stimulant use among college students: why we need to do something and what we need to do. J Addict Dis. 2010; 29(4):417-26.

Bohomol E, Ramos LH, D'Innocenzo M. Medication errors in an intensive care unit. J Adv Nurs. 2009; 65(6):1259-67.

Ciancio S, Reynard A, Zelezny M, Mather M. A survey of drug prescribing practices of dentists. NY State Dent J 1989; 55(1): 29-31.

De Aquino DS, de Barros JA, da Silva MD. Self-medication and health academic staff. Cien Saude Colet. 2010;15(5):2533-8.

De Loyola A, Uchoa E. Prevalecía y factores asociados a automedicación. Resultados del Proyecto de Bambuí. Rev Saúde Pub. 2002;36(1):55-62.

Dilles T, Vander Stichele RR, Van Bortel L, Elseviers MM. Nursing students' pharmaco-logical knowledge and calculation skills: ready for practice? Nurse Educ Today. 2011;31(5):499-505.

Juyol MH, Quesada JRB. Odontología y automedicación: un reto actual. Med Oral. 2002;5(7): 344-7.

Kerr-Corrêa F. Uso de álcool e drogas por estudantes de medicina da UNESP. Rev Bras Psiquiatria. 1999; 2(2): 95-100.

Klemenc-Ketis Z, Hladnik Z, Kersnik J. Self-medication among healthcare and non-healthcare students at University of Ljubljana, Slovenia. Med Princ Pract. 2010;19(5):395-401.

Lefèvere, F. A Função Simbólica dos Medicamentos. Rev Saúde Pub. 1983; 17: 500-503.

Martins AP, Miranda AC, Mendes Z, Soares MA, Ferreira P, Nogueira A: Self-medication in a Portuguese urban population: a prevalence study. Pharmacoepidemiol Drug Saf 2002; 11:409–14.

Martins MC, Souza Filho MD, Moura FS, Carvalho JS, Müller MC, Neves RV, et al. Use of anti-obesity drugs among college students. Rev Assoc Med Bras. 2011;57(5):570-6.

Meechan R, Mason V, Catling J. The impact of an integrated pharmacology and med-icines management curriculum for undergraduate adult nursing students on the acquisi-tion of applied drug/pharmacology knowledge. Nurse Educ Today 2011; 31(4):383-9.

Montgomery AJ, Bradley C, Rochfort A, Panagopoulou E. A review of self-medication in physicians and medical students. Occup Med. 2011;61(7):490-7.

Murrah VA, Merry JMW, Little JW, Jaspers MT. Compliance with guidelines for management of dental school patients susceptible to infetive endocardits. Journal of Dental Education 1987; 51(5): 229-232.

Nascimento AC. Medication advertising in Brazil. Can it be regulated? Cien Saude Colet. 2009; 14(3):869-77

Paulo LG, Zani EAC. Automedicação no Brasil. Rev Ass Méd. 1988; 34(2): 69-75.

Shankar PR, Partha P, Shenoy N: Self-medication and non-doctor prescription prac-tices in Pokhara valley, Western Nepal: a questionnaire-based study. BMC Family Pract. 2002; 3: 17.

Silva IM, Catrib AM, de Matos VC, Gondim AP. Self-medication in adolescence: a chal-lenge to health education. Cien Saude Colet. 2011;16 Suppl 1:1651-60.

Van der Veer T, Frings-Dresen MH, Sluiter JK. Health behaviors, care needs and atti-tudes towards self-prescription: a cross-sectional survey among Dutch medical students. PLoS One. 2011;6(11):e28038.

Vilarino JF, Iberê CS, Silveira CM, Rödel APP, Bortoli R, Lemos RR. Perfil da automedicação em município do Sul do Brasil. Rev Saúde Pub. 1998; 32 (1): 43-9.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


visitas

Indexadores: