DOR SILENCIOSA: AS CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS NA MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PELA ÓTICA DA PSICANÁLISE E DO FEMINISMO (PSICOLOGIA)

Idaiany Leite da Silva, Hellen Fonseca de Sousa da Costa Vale

Resumo


Esse trabalho aborda as consequências psicológicas envolvidas no caso de violência doméstica na autobiografia de Maria da Penha. Objetivo: Analisar a partir do viés psicanalítico e do feminismo trechos do livro Sobrevivi Posso Contar de autoria de Maria da Penha. Materiais e Métodos: Partindo de uma metodologia qualitativa, como critério de categorização foi utilizada a metodologia de Bardin e o método clínico psicanalítico e das contribuições das teorias feministas para realização das análises. Resultado: Foram
identificados em trechos falas características de violência psicológica, que colocam a mulher em posição de atenuadora de conflitos, além dos sentimentos contraditórios como ambivalência no discurso e o escalonar da violência. Considerações finais: A violência contra a mulher é uma questão de gênero e tem raízes profundas e complexas na história da civilização, ela não é claramente percebida e é porta de entrada para os outros tipos de violência contra a mulher. Existem consequências psicológicas à vítima de
ordem psicossomática e que podem ser irreversíveis. Através da abordagem psicanalítica e do feminismo foi possível compreender a existência de uma estrutura psíquica alicerçada na sociedade no par dominação e submissão.

Palavras-Chave: violência doméstica; psicanálise; machismo; feminismo; feminicídio.


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Referências


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BARRETO, André; BUCHER-MALUSCHKE, Júlia Sursis Nobre Ferro; ALMEIDA, Paulo César; SOUSA, Eros. Desenvolvimento Humano e Violência de Gênero: Uma Integração Bioecológica. Psicologia: reflexão e crítica. Porto Alegre, v. 22, n. 1, 2009.

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