Studio Ghibli: imperialismo, modernidade e natureza sob a visão do animismo crítico de Hayao Miyazaki

Clara Decol Sentanin, Maria Antônia Machini Costa, Mariana Marques Fagundes, Kemilly Pereira Lima, Lívia Prado Sadoyama, Maria Fernanda Montandon Lemos, Ana Flávia Pires de Moraes

Resumo


Resumo: o presente trabalho pretende investigar as pretensões críticas contidas nas narrativas dos filmes do estúdio japonês de animação Studio Ghibli através de seu uso do elemento animista, especificamente no que tange os temas de imperialismo, modernidade e relação humana com a natureza. Por meio da análise de três longa-metragens do estúdio de animação japonês (Nausicaä do Vale do Vento de 1984, Pom Poko: A grande Batalha dos Guaxinins de 1994 e Princesa Mononoke de 1997) aliada à revisão bibliográfica de uma literatura concernente ao tema, tomamos o conceito de Yoneyama (2023) de animismo crítico de Hayao Miyazaki como indicador da crítica contida nas narrativas. Conclui-se, ao identificar indicadores do animismo crítico em todas as obras analisadas, que o animador Miyazaki constrói narrativas que perturbam discursivamente as tradicionais ideologias e identidades tradicionais japonesas.

 

Palavras-chave: Studio Ghibli. Animismo. Imperialismo.


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