HÁBITOS DA AUTOMEDICAÇÃO ENTRE IDOSOS NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA

Ana Caroline Chalegre de Oliveira, Victor Felipe Farias do Prado, Gleicy Fátima Medeiros de Souza

Resumo


INTRODUÇÃO: A automedicação no Brasil é elevada, cerca de oitenta milhões de pessoas possuem esse hábito. Entre todas faixas etárias, idosos são os que mais se automedicam. Aspecto importante considerando que é o grupo populacional que mais utiliza medicamentos, devido à alta prevalência de doenças crônicas, o que os torna mais susceptível a efeitos adversos e interações medicamentosas OBJETIVO: Verificar a prática de automedicação entre idosos atendidos nas clínicas da Faculdade de Odontologia de Pernambuco, FOP/UPE METODOLOGIA: Estudo prospectivo, descritivo, de corte transversal e abordagem quantitativa, a partir da aplicação de questionário aos pacientes idosos contendo perguntas acerca variáveis sociodemográficas, condições de saúde e prática da automedicação. RESULTADOS: Foram entrevistados 28 idosos, a maioria (92,8%) apresentou condição de comunicação preservada. Observou-se predomínio de idosos entre 60 e 64 anos de idade, do sexo feminino, casados, morando apenas com o companheiro, a maioria é portador de alguma doença, sendo as mais comuns diabetes e hipertensão. Os medicamentos rotineuros mais referidos foram hipoglicemiantes e anti-hipertensivos. O uso de medicamentos por conta própria foi referido por 75% dos idosos, especialmente Dipirona, Paracetamol, Ibuprofeno e Azitomicina. CONCLUSÃO: A dificuldade de acesso a um serviço de saúde, já possuir o medicamento em casa, pressa para resolver o problema e o grande tempo de espera para uma consulta foram os motivos mais referidos para o idoso se automedicar. Aspecto preocupante dada as características dessa população, usuária de medicamentos de rotina e portadora de morbidades, aumentando risco de efeitos adversos e interações medicamentosas.

Palavras-chave


Automedicação, Idosos, Uso de medicamentos.

Texto completo:

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