Modelo biomédico de saúde no Brasil e ChatGPT: a influência cultural no processo de adoecimento

Leonardo Bocchi Costa, Patricia Borba Marchetto, Claudia Regina de Oliveira Magalhães da Silva Loureiro

Resumo


O presente estudo tem como objetivo geral demonstrar a influência da hegemonia do modelo biomédico de saúde no Brasil sobre as interações indevidas entre seres humanos e o ChatGPT em questões que envolvem a saúde humana. Para alcançar sua finalidade, a presente pesquisa adotará como objetivos específicos realizar uma abordagem teórica sobre a Inteligência Artificial, discutir casos encontrados junto à plataforma do Google Notícias envolvendo interações indevidas entre seres humanos e o ChatGPT em questões que envolvem saúde e compreender a influência dos fatores culturais sobre o processo de adoecimento dos seres humanos. Utilizou-se como método de abordagem o método dedutivo, adotando-se como métodos procedimentais a revisão de literatura e a pesquisa documental, está que consistirá em levantamento realizado junto à base de dados do Google Notícias, ocasião em que serão coletadas notícias que abordam casos dessas interações.


Texto completo:

PDF

Referências


ALMEIDA FILHO, N. Reconhecer Flexner: inquérito sobre produção de mitos na educação médica no Brasil contemporâneo. Cadernos de Saúde Pública, v. 26, n. 12, p. 2234-2249, 2010.

BATISTELLA, C. Abordagens contemporâneas do conceito de saúde. In: FONSECA, A. F.; CORBO, A. M. D’A. (orgs.). O território e o processo saúde-doença. Rio de Janeiro: EPSJV/FIOCRUZ, 2007.

CANALTECH. 8 coisas absurdas que o ChatGPT faz, mas não deveria. Disponível em: https://canaltech.com.br/inteligencia-artificial/coisas-absurdas-que-o-chatgpt-faz-mas-nao-deveria/ Acesso em: 21 jun. 2023.

CARDOZO, M.; FERRARI, P.; BOARINI, M. A inteligência artificial reconfigura a dinâmica comunicacional. Paradoxos, v. 5, n. 1, p. 49-65, 2020.

ESTADÃO. ChatGPT pode montar dieta? Especialistas apontam riscos de planos feitos pela ferramenta. Estadão.com.br, 2023. Disponível em: https://www.estadao.com.br/saude/chatgpt-pode-montar-dieta-especialistas-apontam-riscos-de-planos-feitos-pela-ferramenta Acesso em: 21 jun. 2023.

FARIAS, L. O.; VAITSMAN, J. Interação e conflito entre categorias profissionais em organizações hospitalares públicas. Cadernos de Saúde Pública, v. 18, n. 5, p. 1229-1241, 2002.

FERTONANI, H. P. et al. Modelo assistencial em saúde: conceitos e desafios para a atenção básica brasileira. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 6, p. 1869-1878, 2015.

FLEXNER, A. Medical Education in the United States and Canada. New York: Carnegie Foundation for The Advancement of Teaching, 1910.

GARRAFA, V.; PORTO, D. Bioética de intervención. In: TEALDI, J. C. (org.). Diccionario latinoamericano de bioética. Bogotá: UNESCO; Universidad Nacional de Colombia, 2008. 660 p.

GLOBO. Treino no ChatGPT: IA pode indicar boa lista de exercícios? Ge.globo.com, 2023. Disponível em: https://ge.globo.com/eu-atleta/treinos/noticia/2023/05/02/treino-no-chatgpt-ia-pode-indicar-boa-lista-de-exercicios.ghtml Acesso em: 21 jun. 2023.

KAUFMAN, D. Deep learning: a Inteligência Artificial que domina a vida do século XXI. Teccogs: Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, n. 17, p. 17-30, 2018.

LOBO, L. C. Inteligência artificial e Medicina. Revista brasileira de Educação Médica, v. 41, n. 2, p. 185-193; 2017.

LUDERMIR, T. B. Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina: estado atual e tendências. Estudos Avançados, v. 35, n. 101, p. 85-94, 2021.

MACHADO, M. H. Os médicos no Brasil: um retrato da realidade. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1997. 244 p.

MATTOS, R. A. Integralidade e a Formulação de Políticas Específicas de Saúde. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. (orgs.). Construção da INTEGRALIDADE: cotidiano, saberes e práticas em saúde. Rio de Janeiro: UERJ; IMS; ABRASCO, 2007. 232 p.

MEDICINA S/A. Procurando informações sobre o câncer e o uso do ChatGPT. Medicinasa.com.br, 2023. Disponível em: https://medicinasa.com.br/chatgpt-cancer/ Acesso em: 21 jun. 2023.

MORAES, J. A.; MATILHA, A. GPT-3: um oráculo digital? Humanitas, v. 162, p. 20-30, 2023.

O TEMPO. Jovens usam ChatGPT como psicólogo em busca de conversa sem julgamento. Otempo.com.br, 2023. Disponível em: https://www.otempo.com.br/brasil/jovens-usam-chatgpt-como-psicologo-em-busca-de-conversa-sem-julgamentos-1.2850767 Acesso em: 21 jun. 2023.

OLIVEIRA, H. M. de; MORETTI-PIRES, R. O.; PARENTE, R. C. P. Power relations in a Family Health multidisciplinary team according to an Arendtian theoretical model. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, v. 15, n. 37, p.539-350, 2011.

OPENAI. GPT-3.5. San Francisco: 2020. Disponível em: https://chat.openai.com Acesso em: 10 jun. 2023.

PAGLIOSA, F. L.; DA ROS, M. A. O Relatório Flexner: Para o Bem e Para o Mal. Revista brasileira de educação médica, v. 32, n. 4, p. 492-499, 2008.

PONTES, A. L. de M. et al. A reorganização da atenção básica no Brasil. In: PONTE, C. F.; FALLEIROS, I. Na corda bamba da sombrinha: a saúde no fio da história. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2010

PORTO, D.; GARRAFA, V. Bioética de intervenção: considerações sobre a economia de mercado. Revista Bioética, v. 13, n. 1, p. 111-123, 2005.

RAIMUNDO, J. S.; SILVA, R. B. Reflexões acerca do predomínio do modelo biomédico no contexto da Atenção Básica de Saúde no Brasil. Revista Mosaico, v. 11, n. 2, p. 109-116, 2020.

RUSSELL, S.; NORVIG, P. Artificial intelligence: A modern approach. New Jersey: Prentice Hall, 2009.

SÁ, G. R. S. et al. Políticas públicas de saúde e a organização do SUS. In: SILVA, M. do N.; FLAUZINO, R. F.; GONDIM, G. M. de M. (orgs.). Rede de frio: fundamentos para a compreensão do trabalho. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2017.

STRAUB, R. Psicologia da saúde: uma abordagem biopsicossocial. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 509 p.

UNESCO. Recomendação sobre a ética da Inteligência Artificial. Aprovada em 23 de novembro de 2021 pela Conferência Geral da Unesco. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000381137_por Acesso em: 23 set. 2023.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.