EDUCAÇÃO BÁSICA E PROGRAMAS DE FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES: UMA BREVE APRESENTAÇÃO

Jeane Medeiros Silva, Iara Maria Mora Longhini, Paulo Vitor Teodoro, Welson Barbosa Santos, Milton Antonio Auth

Resumo


Paulo Freire já dizia que educar é um ato de resistência. Refletir o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), desde 2007, e sobre o Programa Residência Pedagógica (PRP), desde seu início, em 2018, nos colocou à prova nesse sentido freiriano. A organização deste dossiê, Educação Básica e Programas de Formação Inicial de Professores, parte dessa premissa, das experiências educativas, extensionistas, reflexivas e, acima de tudo, de resistência. Desde a concepção dos projetos de iniciação à docência, as contradições foram evidentes, e as intenções ganharam forma quando os editais se tornaram públicos e acessíveis às universidades e suas respectivas licenciaturas. Nos espaços acadêmicos, os programas geraram debates e desencadearam lutas para preservar as conquistas alcançadas ao longo de décadas.

Com o passar dos anos, e apesar dos embates iniciais, mantivemos o compromisso de documentar o que vivemos e as experiências acumuladas nos três editais lançados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes): 6/2018, 1/2020 e 24/2022, para a experiência total do PRP, e o percurso do PIBID. Essas iniciativas, embora valiosas, foram marcadas por políticas de exclusão e negação em várias questões. A pergunta que nos cabe é: o que ocorreu na prática? Quais rotas de fuga foram possíveis pensar, planejar e executar? Ao final de cada edital, ou ao longo desse período, quais lições, amadurecimento e proveitos pudemos extrair?

O desafio aqui é contribuir com as diversas experiências que os programas PIBID e PRP proporcionaram ao longo dos anos em todo o país: nas universidades, nas escolas, e entre coordenadores, preceptores e bolsistas. Foram três ciclos de 18 meses, entre 2018 e 2024, para o PRP, e inúmeros ciclos para o PIBID, desde 2007. E, a partir de 2024, ambos os programas convergem para continuar a experiência brasileira de valorizar as licenciaturas e fomentar a iniciação à docência.

Nosso objetivo com esse dossiê foi captar as inquietações, as insatisfações e os desafios dos coordenadores e gestores, sempre à luz das diretrizes e condições impostas pelo programa. É importante destacar as contradições entre o que foi implementado e as lutas históricas das universidades e licenciaturas.


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