UTILIZAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO NA CICATRIZAÇÃO TECIDUAL EM FELINO: RELATO DE CASO (MEDICINA VETERINÁRIA)

Resumo

A cicatrização de feridas em felinos representa um amplo desafio por apresentarem uma resposta inflamatória inicial mais discreta, quando comparada à espécie canina. A resposta lenta, na formação de tecidos de granulação e nos processos de contração e epitelização, favorecem o surgimento de feridas complexas com mais frequência nesta espécie. Enquanto que a perfusão tecidual é comprometida pela menor organização e densidade de vasos cutâneos, prejudicando a cicatrização de feridas. Na medicina veterinária a terapia com células-tronco mesenquimais (CTMs) tem se mostrado uma ferramenta importante para auxiliar no processo de cicatrização de feridas, principalmente as classificadas como segunda intenção. Trata-se de uma terapia capaz de reparar tecidos lesionados, reduzir a inflamação, aumentar a vascularização tecidual, a formação de tecido de granulação e a colagenização. Neste relato, apresentamos o caso clínico de um paciente felino, fêmea, sem raça definida, de dois anos de idade, que em decorrência à queda do sexto andar (síndrome do gato paraquedista) apresentou inúmeras alterações clínicas, múltiplas fraturas em ossos nasal, maxila, palatino, pterigoide, processo zigomático e extensa ferida em região facial. Para auxiliar no processo de cicatrização da ferida foi realizada a aplicação local de células-tronco mesenquimais halógenas de origem de tecidos adiposos (ADCTMs) nas bordas da ferida. Esta terapia celular se mostrou eficaz no tratamento por segunda intenção, acelerando o processo de cicatrização da ferida da paciente, incrementando o número de folículos pilosos e proporcionando a completa cobertura da região lesionada, além de diminuir o número de intervenções estressantes e dolorosas ao animal.