SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO: REFLEXÕES À LUZ DA PSICOLOGIA (PSICOLOGIA)

Resumo

A experiência da Justiça brasileira na questão prisional sempre foi complexa e envolta em grande parte por compreensões e visões repletas de tabus, estigmas e rótulos. Somos a terceira maior massa carcerária no mundo e o modelo de encarceramento que praticamos, infelizmente, alimenta um ciclo de violências que se projeta para toda a sociedade, reforçado por um ambiente degradante em estabelecimentos que pouco ou minimamente estimulam qualquer proposta de transformação daqueles que ali estão. Assim, como objetivo este estudo buscou refletir sobre o sistema prisional brasileiro, identificando sua situação atual e qual a real possibilidade de ressocialização dos seus egressos. Para sua execução optou-se por realizar uma pesquisa qualitativa, ou seja, uma revisão de literatura. E quanto a seus objetivos é uma pesquisa exploratória e descritiva. Como resultados aponta-se que o sistema carcerário brasileiro enfrenta uma crise complexa e persistente, marcada por superlotação, violência, condições desumanas, além da falta de políticas eficazes de reintegração social. A reintegração dos egressos não é apenas uma questão de justiça social, mas deveria ser vista como uma estratégia para reduzir a criminalidade e promover uma sociedade mais segura e equitativa, pois é fato que a prisão não traz segurança à sociedade, apenas sinaliza que a sociedade não tem produzido acesso a bens e serviços de forma igualitária e que evitem a entrada no mundo do crime. Ao concluirmos esta revisão, fica evidente que o potencial de reinserção do egresso prisional na sociedade brasileira é limitado, pois a superlotação, a violência e a ausência de programas amplos de capacitação e suporte psicológico comprometem o desenvolvimento de habilidades e a preparação dos detentos para o retorno à convivência social. Fora das prisões, o estigma social, a escassez de oportunidades no mercado de trabalho e a insuficiência de redes de apoio reforçam a exclusão e dificultam a reintegração.