“Quarto de despejo”: Carolina de Jesus fratura as barreiras da colonialidade

Vera Lúcia Caixeta, Raissa Lisboa Teixeira

Resumo


 

Resumo: A análise do livro de Carolina Maria de Jesus “Quarto de Despejo” teve por objetivo dar visibilidade histórica para uma literata feminina, negra e periférica. A pesquisa atende ao compromisso ético e político que, a um só tempo, contribui para o atendimento das exigências da Lei 10.645/2008 e ajuda a fraturar a epistemologia hegemônica, ainda presente nos livros didáticos de história. Desse modo, colocar em diálogo a literatura testemunhal de Carolina com outras autoras negras, a partir da perspectiva do feminismo decolonial, revela outras vozes e lugares de enunciação, além de fortalecer bases para a construção de novas epistemologias, mais inclusivas, particularizadas e comprometidas, em oposição ao logos eurocêntrico, “universal” e “neutro” presente na disciplina de história, desde o século XIX.

 

Palavras-chave: Ensino de História; Carolina de Jesus; decolonialidade

 

 


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