Natureza como bem ou recurso? Premissas sobre a exploração ambiental e o desenvolvimento das corporações

Mateus Miguel Oliveira, Yane Lopes de Freitas

Resumo


Resumo: O presente artigo trata da divergente compreensão da natureza enquanto bem ou recurso, imbricada às questões histórico-políticas-culturais e jurídicas dessa cosmovisão, como a primeira Revolução Industrial, a consolidação do capitalismo enquanto sistema econômico e o desenvolvimento das corporações enquanto pessoas jurídicas, aspectos idealizadores da modernidade que corroboram com o cenário de devastações ambientais, devido à retirada exacerbada de seus recursos naturais. Nesse contexto, é possível perceber um desentendimento do real significado da natureza para a manutenção da vida na biosfera, uma vez que, com o desenvolvimento tecnocientífico, industrial e corporativo, intensificam-se também os desejos e ambições humanas pela acumulação de riquezas, acarretando danos ambientais irreparáveis. Buscando elucidar essas questões, novos paradigmas de respeito à integridade da natureza e coexistência interespécie harmoniosa vêm sendo desenvolvidos dentro e fora dos espaços acadêmicos. Entre eles, destacamos a ética da responsabilidade, de Hans Jonas, considerando uma solução viável em virtude da priorização de ações, desde o plano individual ao coletivo, que auxiliem na conscientização dos indivíduos acerca da finalidade de preservação da natureza para as presentes e futuras gerações. Para procedimentos da pesquisa, adotou-se o método dedutivo, amparado pela abordagem de pesquisa exploratória e revisão bibliográfica.

 

Palavras-chave: Revolução industrial; capitalismo; corporações; meio ambiente; ética da responsabilidade.

 


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